Com greve dos bancários, R$ 60 mi deixam de circular em campinas

Montante não foi injetado na economia de Campinas devido à paralisação nos bancos, hoje no 20º dia

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Movimento em agência bancária de Campinas: filas para colocar a vida financeira em dia (Foto: Janaína Maciel/Especial para a AAN)

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Agências bancárias lotadas e contas que se acumulam, mesmo com o dinheiro em caixa. A greve dos bancários entra no 20 dia hoje e já prejudica a vida de muita gente e o andamento do comércio de Campinas. A estimativa da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) é de que R$ 60 milhões deixaram de ser movimentados pelo setor desde o início da greve e as perdas devem ser ainda maiores com a aproximação do Dia das Crianças, considerada quarta data com maior volume de vendas na cidade. Ontem — 5 dia útil do mês — parte da folha de pagamento, que representa R$ 300 milhões em Campinas, deixou de circular na economia. Na região já são 309 agências fechadas, sendo 196 em Campinas.

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Apressadas, irritadas e até mesmo desesperadas para colocar a vida financeira em dia. Assim estão as pessoas afetadas diretamente pela greve dos bancários. O dia de pagamento ontem foi de frustração para muita gente. “O meu cartão está bloqueado e não consigo fazer movimentações bancárias. Teria de dar entrada em outro, mas por conta da greve estou impedido. Como usuário, pago esse serviço para o banco e eles tinham de apresentar um escape para o cliente em situações como essa”, afirmou o autônomo José Élcio Leal. O vigilante Luís Machado está com pendências no aluguel e não consegue resolver o problema pelos caixas eletrônicos. “Fiz a transferência e apresentou erro.”

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Em algumas agências, os funcionários em atividade tentavam minimizar os problemas e orientavam os clientes em relação aos serviços que podiam ser feitos no autoatendimento. Os aposentados tinham prioridades. “Estamos fazendo a prova de vida — serviço em que aposentados e pensionistas fazem a comprovação de vida e recadastramento de senha para conseguir o benefício do INSS —, e orientando as pessoas no recebimento de pagamentos e dos benefícios sociais”, disse um funcionário. As movimentações em guichês, entrada de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e seguro-desemprego continuam impossibilitadas.

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A cozinheira Rosemeire Tavares disse que estava perdida. Ela foi demitida do emprego e não conseguia dar entrada no FGTS. Para piorar a situação da família, o marido também dependia de um cartão para receber o auxílio-doença. “Vou à casa lotérica para ver se consigo alguma coisa. Ele sem conseguir o auxílio e eu sem conseguir o fundo de garantia.” O funileiro Ivan Inácio Moraes teve que adiar a mudança para Maceió por causa da greve. “Não consigo dar entrada no FGTS. O meu medo é viajar de mudança e se tiver algum problema aqui, eu ter de voltar”, afirmou.

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No comércio, as perspectivas também não são boas, especialmente na véspera do Dia das Crianças. Segundo o economista da Acic, Laerte Martins, o setor em Campinas movimenta cerca de R$ 31 milhões por dia e, com a greve, a estimativa é que cerca de 10% desse montante deixou de circular diariamente. “Como os bancos estão em greve, muitas pessoas deixam de ir às compras”, disse. O cálculo das perdas em 19 dias representa aproximadamente R$ 60 milhões que deixaram de circular. Também teremos impacto nas vendas do Dia das Crianças, caso a greve não acabe antes.”

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Outros setores também foram afetados. O gerente de uma imobiliária de Campinas Walter Mansolelli afirmou que a greve tem dificultado o fechamento de algumas vendas. “Quando os pagamentos são à vista, geralmente são feitos com depósitos via internet e com cheque administrativo. Com as agências fechadas, dificulta bastante. Quando a venda é feita através de financiamento, o processo também é prejudicado porque não conseguimos agilidade da agência para a recepção de documentação. Os negócios até são fechados, mas ficam aguardando a viabilidade de pagamento”, afirmou.

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Negociação

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E as perspectivas de que os bancários voltem ao trabalho não são positivas. Em assembleia ontem, os bancários decidiram pela continuidade da greve por tempo indeterminado.

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Atualmente, são 196 agências fechadas em Campinas e 113 em 29 cidades da Região, atendidas pelo Sindicato dos Bancários. “O comando nacional dos bancários, que participou das negociações na última sexta-feira, já comunicou a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) sobre a rejeição da proposta. Orientamos os bancários a também rejeitarem em assembleia.” Em nota, a Fenaban lamentou os transtornos causados pela paralisação e ressaltou que está empenhando todos os esforços para chegar a um acordo. Na quinta-feira, deve ser realizada assembleia às 18h.

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Fonte: Correio Popular / RAC

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