Alisamento seguro é o foco da nova operação da Anvisa, que fiscalizou e interditou cinco fábricas de alisantes de cabelo no estado de São Paulo. A ação teve como objetivo garantir a segurança sanitária dos cosméticos capilares e proteger a saúde dos consumidores.

Fiscalização revelou irregularidades graves

A operação "Alisamento Seguro", conduzida em junho de 2025, envolveu a Anvisa, a Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo e autoridades municipais. Sete empresas foram inspecionadas nos municípios de Dumont, Mairiporã, Piratininga, Santópolis do Aguapeí e Sumaré. Em cinco delas, foram constatadas infrações sanitárias graves, levando à interdição imediata.

Os principais problemas encontrados foram:

• Falhas nas boas práticas de fabricação (BPF)
• Uso de matérias-primas vencidas ou sem rastreabilidade
• Falta de controle de qualidade
• Estrutura precária, sem manutenção ou higiene
• Ausência de responsável técnico
• Uso irregular de ácido glioxílico, substância proibida para alisamento

Em uma das fábricas, o controle de qualidade era feito em uma cozinha comum. Em outra, foram encontrados 35 toneladas de ácido glioxílico sem destinação conhecida.

Situação das empresas fiscalizadas:

Produtos notificados indevidamente

Outro ponto de destaque foi a tentativa de regularização inadequada. As empresas utilizaram a modalidade de "notificação" para registrar alisantes — prática que não é permitida, pois esse tipo de produto exige registro completo na Anvisa devido ao seu maior grau de risco.

Como resultado da operação, a Anvisa publicou as Resoluções RE 2.442 e RE 2.443 de 1º de julho de 2025, determinando:

• Cancelamento de produtos alisantes irregulares
• Suspensão da fabricação, comercialização e uso
• Recolhimento de estoques
• Medidas preventivas contra reincidência

Além disso, o Despacho 68/2025 removeu o efeito suspensivo de eventuais recursos administrativos, garantindo a aplicação imediata das penalidades.

Riscos à saúde dos consumidores

Produtos alisantes irregulares representam sérios riscos à saúde, como:

• Queimaduras no couro cabeludo
• Irritação ocular e danos à córnea
• Quebra e queda dos fios
• Reações alérgicas graves

O uso de substâncias proibidas, como formol e ácido glioxílico, caracteriza fraude sanitária. Essas substâncias não possuem perfil de segurança para alisamento capilar e seu uso pode ser perigoso até mesmo em pequenas quantidades.

Como identificar um produto seguro

Para garantir um alisamento seguro, o consumidor deve seguir as recomendações da Anvisa:

• Verifique se o produto está registrado: Painel de consulta da Anvisa
• Nunca confie apenas em notificações no rótulo
• Observe os ingredientes permitidos pela IN nº 220/2023
• Leia atentamente as advertências obrigatórias no rótulo
• Evite produtos vendidos por influenciadores sem garantias de registro

Produtos seguros devem listar, obrigatoriamente, os ingredientes ativos, o número do processo Anvisa e frases de advertência como: “Evite o contato com os olhos” e “Realizar o teste de mecha antes do uso”.

Substâncias permitidas para alisamento capilar

Atualmente, apenas as seguintes substâncias estão autorizadas pela Anvisa, conforme a Instrução Normativa 220/2023:

• Ácido tioglicólico e seus sais
• Hidróxido de sódio, potássio, lítio ou guanidina
• Sulfitos e bissulfitos inorgânicos
• Pirogalol (em condições específicas)

O que fazer em caso de dúvida

Caso o consumidor tenha dúvidas sobre a legalidade de um produto, deve:

• Acessar o portal da Anvisa
• Verificar a lista de alisantes registrados
• Utilizar o canal Fale Conosco da Anvisa para denúncias ou esclarecimentos

FAQ: Alisamento seguro

1. Como saber se um alisante é aprovado pela Anvisa?Acesse o painel de consulta da Anvisa com o nome ou CNPJ da empresa ou o número do processo no rótulo.

2. Quais os riscos de um produto irregular?Queimaduras, queda de cabelo, alergias, cegueira parcial ou total em caso de contato com os olhos.

3. Todo produto com número de processo Anvisa é seguro?Não. Produtos alisantes devem ser registrados, não apenas notificados.