Coluna

Saúde mental e os diversos papéis da mulher

A entrada da mulher para o mercado de trabalho possibilitou muitas conquistas não só no âmbito pessoal e familiar, mas também do ponto de vista sócio-econômico e histórico. Entretanto, trouxe consigo alguns reveses que afetam diretamente a saúde mental e qualidade de vida da mulher.

Digo isso porque quando a mulher passou a ocupar os postos de trabalho que antes eram reservados quase que exclusivamente ao homens, ela não substituiu papéis. O que ela fez, na verdade, foi ampliar suas tarefas. Se antes a mulher ficava responsável pelo cuidado do marido, dos filhos e de todo o serviço doméstico, hoje ela é esposa, mãe, dona de casa, profissional, estudante e, em última instância, mulher.

O exercício de todos esses papéis, em muitos casos, acaba gerando uma sobrecarga que eleva o nível de stress, insônia, irritabilidade, sentimento de incapacidade, culpa, baixa autoestima e ansiedade. E quando não tratados, esses sintomas desencadeiam graves problemas psicológicos como a depressão, síndrome do pânico e/ou psicossomáticos como bruxismo, queda de cabelo, palpitações, problemas gastrointestinais, dentre outros.

Assim, manter a saúde mental a salvo de tantas obrigações acaba se tornando o maior desafio contemporâneo. É importante que a mulher reconheça e busque equilibrar as suas limitações com o que, de fato, almeja enquanto pessoa. O diálogo em família também contribui ao permitir que as responsabilidades de cada um sejam repensadas e compartilhadas.

Todavia, identificando os sintomas mencionados acima, indica-se a procura por ajuda psicológica. É preciso ter claro, nesses casos, que recorrer à ajuda especializada não é sinal de fraqueza ou incapacidade de solucionar os próprios problemas, mas uma atitude necessária para manter-se mentalmente saudável.

Mariana Mechi – Psicóloga Clínica

CRP 06/137028 – Contato 19 98849-9226

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