A vida é repleta de talvezes. Talvez eu morra bem velhinho, numa cama imbuída de lar, cercado de muito amor e tenro carinho. Talvez eu morra durante um sono profundo, totalmente descansado e completamente sozinho. Talvez minha vida seja ceifada numa caminhada serena, na orla de uma praia, ou numa pista de dança, tomada por luzes coloridas, ao som de “I’ll Never Be (Maria Magdalena)”.
Talvez eu viva mais trinta anos e tenha vivido apenas trinta minutos. Talvez eu viva mais trinta minutos e tenha vivido longos trinta anos. Talvez a vida seja curta demais, se eu estiver disposto a viver freneticamente. Talvez a vida seja longa demais, se eu estiver vivendo resignadamente. Mas só talvez, porque a vida é repleta de talvezes e talvez tenha graciosidade. E só talvez a vida valha a pena!
Talvez. Talvez. Talvez.
Talvez a vida seja uma graça concedida ou talvez seja uma grande insensatez.
Talvez. Talvez. Talvez.
Porque a vida é repleta de talvezes.
Éd Brambilla. Prosa em Verso. TALVEZES.
Sobre Éd Brambilla
Éd Brambilla é Letrólogo, Cronista, Contista, Poeta, Contador e Massoterapeuta.