Cidadania, representatividade e direitos fundamentais: reflexos da realidade brasileira

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A cidadania no Brasil é uma construção histórica marcada por avanços e desafios. A partir das eleições de 2018, observamos dados que revelam um cenário de tímido progresso, mas ainda distante da igualdade plena. O aumento de mulheres eleitas para a Câmara dos Deputados, por exemplo, foi significativo, mas não suficiente para garantir a representatividade justa: das 513 vagas, apenas 77 foram ocupadas por mulheres, o que corresponde a 15%. Ainda mais preocupante é a representatividade negra, com apenas 65 eleitos autodeclarados pretos entre 1626 vagas — ou seja, apenas 4%.

Esses números revelam que as desigualdades enfrentadas por mulheres e pessoas negras estão refletidas na política brasileira. Isso desmonta qualquer ideia de igualdade plena e reforça a urgência de políticas de inclusão e representatividade.

Além disso, entender os direitos fundamentais é essencial para fortalecer a cidadania. Segundo o jurista Bonavides (2004), esses direitos se dividem em gerações, cada uma refletindo um avanço histórico:

Essas gerações representam a base da vida em liberdade e dignidade. Quando esses direitos são violados, o efeito é direto sobre a democracia: aumenta-se a assimetria no funcionamento do poder político, dificultando o acesso igualitário ao exercício do poder.

Em nível internacional, a Corte Penal Internacional é o principal órgão encarregado de julgar crimes contra a humanidade, como genocídios, torturas e perseguições sistemáticas. Sua existência reforça a ideia de uma justiça global voltada à proteção da dignidade humana.

Por fim, é essencial resgatar o verdadeiro sentido de cidadania, que vai além do voto. Ela nasce da luta contra a opressão, da busca por inclusão e do exercício cotidiano da democracia. Na Antiguidade, especialmente na Grécia, a cidadania estava associada à liberdade, igualdade e participação ativa na vida pública — conceitos que ainda hoje são fundamentais para a construção de uma sociedade justa e democrática.


Refletir sobre cidadania é refletir sobre a própria estrutura da nossa democracia. Representatividade política, respeito aos direitos fundamentais e justiça global são pilares que devem caminhar juntos na construção de um Brasil mais justo e igualitário.

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