O mais recente levantamento do IBGE, baseado nos dados do Registro Civil, revela mudanças importantes no comportamento demográfico brasileiro entre 2023 e 2024. O país registrou queda nos divórcios, leve alta nos casamentos, novo recorde de uniões homoafetivas e mais um ano de declínio na natalidade. Por outro lado, o número total de óbitos aumentou, destacando diferenças significativas entre homens e mulheres, especialmente entre jovens.
Os dados reforçam tendências que já vinham sendo observadas há anos, ao mesmo tempo em que evidenciam novos comportamentos familiares no Brasil contemporâneo.
Divórcios caem 3% e guarda compartilhada cresce, mas ainda não é maioria
O Brasil registrou 122 mil divórcios em 2024, uma redução de 3% em relação a 2023. A última queda havia ocorrido entre 2019 e 2020, quando o número de separações recuou 9,6%.
O estudo aponta ainda que a guarda compartilhada avança, representando 41,9% dos divórcios judiciais envolvendo filhos. Mesmo assim, a maior parte das decisões ainda concede a guarda exclusivamente à mãe, cenário presente em 48,2% dos casos.
Casamentos crescem 1,6% em 2024, mas ainda abaixo do pré-pandemia
O número de casamentos civis apresentou alta de 1,6%, totalizando 239 mil registros em 2024. Apesar do crescimento, o volume ainda está distante do patamar de 2019, ano anterior à pandemia, quando o país registrou 269,9 mil uniões.
Entre pessoas do mesmo sexo, o movimento foi ainda mais expressivo: alta de 6,2%, alcançando 4.534 casamentos, o maior número já registrado desde que esse tipo de união passou a ser contabilizado.
Natalidade segue em queda pelo sexto ano consecutivo
O país contabilizou 471,1 mil nascimentos em 2024, uma queda de 6,4% em comparação a 2023 (503,7 mil).
Esse é o sexto ano consecutivo de queda na natalidade, tendência associada a fatores como:
- Planejamento reprodutivo mais tardio
- Maior participação feminina no mercado de trabalho
- Custos crescentes para criação dos filhos
A proporção de mães com até 24 anos também caiu de forma expressiva. Em duas décadas, o índice passou de 45% (2004) para 29,1% em 2024 — uma das mudanças geracionais mais marcantes do período.
Óbitos sobem 5% e disparidade entre homens e mulheres chama atenção
O Brasil registrou 351 mil óbitos em 2024, um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
Desse total, 6% foram causados por fatores não naturais, como:
- Homicídios
- Suicídios
- Acidentes de trânsito
- Afogamentos
- Quedas acidentais
A sobremortalidade masculina permanece elevada:
- 16.009 mortes não naturais entre homens,
- contra 5.236 entre mulheres — três vezes menos.
Entre jovens de 15 a 29 anos, essa diferença é ainda mais alarmante: 3.610 mortes masculinas, 5,5 vezes mais que as 656 mortes femininas registradas no mesmo grupo.
Perguntas e respostas rápidas sobre o levantamento do IBGE
1. Os divórcios aumentaram ou diminuíram em 2024?
Caíram 3%, totalizando 122 mil separações.
2. A guarda compartilhada é a mais comum?
Ainda não. Representa 41,9%, enquanto a guarda materna é 48,2%.
3. Quantos casamentos foram registrados em 2024?
Foram 239 mil, com alta de 1,6% sobre 2023.
4. Houve aumento nos casamentos entre pessoas do mesmo sexo?
Sim. Alta de 6,2%, chegando ao recorde de 4.534 registros.
5. A natalidade continua caindo?
Sim. Houve queda de 6,4%, com 471,1 mil nascimentos.
6. Qual grupo sofre mais com mortes por causas não naturais?
Homens jovens entre 15 e 29 anos, com taxa 5,5 vezes maior que a feminina.
