Segurança pública em Hortolândia é alvo de debate acalorado na Câmara Municipal

A segurança pública em Hortolândia foi o tema central da sessão ordinária da Câmara Municipal realizada na noite desta segunda-feira (4), marcando o retorno dos trabalhos legislativos após o recesso parlamentar. O aumento da criminalidade e episódios recentes de violência reacenderam as discussões entre os vereadores da cidade.

A principal polêmica da sessão envolveu a vereadora Roberta Diniz, que havia protocolado uma Moção de Repúdio contra o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pela “falta de segurança pública que culminou na morte da jovem Gabriela Camargo”. No entanto, a parlamentar decidiu retirar a moção para reformulação após divergências dentro do plenário.

Parlamentares cobram mais policiais em Hortolândia

Durante a sessão, diversos vereadores expressaram preocupação com o aumento da violência e com a sensação de insegurança vivida pela população. O vereador Dionatan ressaltou que Hortolândia precisa de reforço policial, pedindo ao governo estadual o envio de mais efetivo para a cidade.

O vereador Clodoaldo também defendeu o aumento de policiais, lembrando que já encaminhou uma Moção de Apelo ao governo do estado. “Temos 240 mil habitantes e o número de policiais é incompatível com essa realidade”, afirmou. Ele mencionou o caso de duas jovens vítimas de latrocínio — crime de roubo seguido de morte — como exemplo da gravidade da situação.

“O problema é a lei, não a polícia”, diz vereador

Já o vereador Clemilton utilizou a tribuna para argumentar que o problema não está na atuação da Polícia Militar, mas sim na legislação penal. “A polícia prende e, no dia seguinte, o criminoso está solto”, disse. Para ele, é preciso rever o sistema penal brasileiro, que segundo sua avaliação, permite a impunidade.

O vereador relatou que duas jovens foram assassinadas por criminosos que queriam levar seus celulares, o que, segundo ele, demonstra a ousadia dos autores diante da fragilidade das punições.

Casos recentes aumentam pressão sobre o governo estadual

Os discursos refletem a indignação com casos recentes que marcaram a cidade. A morte de Gabriela Camargo, citada por Roberta Diniz, gerou comoção e protestos. A jovem teria sido vítima de um assalto, mas o caso ainda está em investigação pela Polícia Civil.

Esses episódios expõem a necessidade de ações concretas para o combate à criminalidade em Hortolândia. A cidade, que já conta com batalhões da PM e delegacias da Polícia Civil, ainda enfrenta desafios relacionados ao efetivo, patrulhamento ostensivo e políticas preventivas.

Moções como instrumento de pressão política

Moções de Repúdio ou de Apelo têm sido ferramentas recorrentes utilizadas pelos vereadores para tentar influenciar decisões do governo estadual. Embora não tenham efeito vinculativo, servem como manifestação formal do descontentamento da Câmara com temas específicos, como neste caso, a segurança pública em Hortolândia.

Segundo a própria vereadora Roberta, a nova redação da moção deverá ser apresentada em sessão futura com ajustes no conteúdo e na fundamentação jurídica.


FAQ – Segurança pública em Hortolândia

Qual o principal problema apontado pelos vereadores sobre a segurança pública em Hortolândia?
A falta de efetivo policial e a reincidência de crimes violentos, como latrocínios, foram os principais pontos abordados.

A Moção de Repúdio foi aprovada?
Não. A vereadora Roberta Diniz retirou a moção antes da votação, com a justificativa de que o texto será readequado.

Há ações previstas para aumentar a segurança na cidade?
Os vereadores enviaram moções de apelo ao governo estadual solicitando o aumento do número de policiais, mas ainda não houve resposta formal.

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