As obras de escoamento da SP-101 voltaram ao centro do debate público em Hortolândia após o prefeito Zezé Gomes reunir, nesta quinta-feira (04/12), autoridades e representantes de órgãos ligados à mobilidade urbana e à segurança viária. O encontro ocorreu no gabinete do chefe do Executivo e teve como objetivo discutir soluções para o escoamento de águas pluviais sob a Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101), na altura do Km 7, região que há anos enfrenta alagamentos recorrentes.
A reunião contou com a presença da concessionária Rumo, Sabesp, OAB Hortolândia, juízes, promotores, representantes da Câmara Municipal e deputados da região. A Artesp e o DER foram formalmente convidados, mas não compareceram e eles eram peças fundamentais do dabate.
Problema estrutural no escoamento de águas
Durante o encontro, o prefeito apresentou um vídeo detalhando o cenário crítico de drenagem na região do Jardim Rosolém e Nossa Senhora de Fátima. No local, existe apenas uma tubulação considerada insuficiente para o volume de água que desce de diversos bairros, entre eles Nossa Senhora de Fátima, Chácaras Coelho, Nossa Senhora de Lourdes, Penha, Jardim Ricardo, Santa Izabel e Rosolém.
De acordo com estudos da administração municipal, a capacidade atual é de 5 metros cúbicos por segundo, quando o adequado seria 25 metros cúbicos por segundo. A própria rodovia escoa água para esse ponto, ampliando a sobrecarga do sistema.
Moradores relatam que, em dias de chuva forte, a baixada alaga rapidamente, invadindo casas e interrompendo o tráfego.
Tragédia recente expôs risco à população
A situação voltou à pauta com ainda mais força após a morte de Joicilene de Oliveira Pacheco, de 26 anos, no dia 23/11. A jovem foi arrastada pela correnteza enquanto tentava escapar do carro tomado pela água. Segundo relatos, ela pediu socorro, mas não resistiu à força do alagamento.
Além disso, a concessionária Rodovias do Tietê precisou executar uma obra emergencial no local para recuperar parte da pista comprometida pela chuva.
Obras de escoamento da SP-101: cobrança existe desde 2004
A prefeitura cobra do DER a substituição da tubulação desde 2004. Há também um processo judicial de 2019 determinando a execução das obras, mas nenhuma intervenção foi realizada até o momento.
Representantes do Executivo reforçaram que se trata de uma obra de responsabilidade estadual, por envolver a rodovia e as linhas férreas.
Proposta: criação de frente parlamentar
Uma das principais sugestões apresentadas foi a criação de uma frente parlamentar reunindo vereadores e deputados estaduais. A ideia foi proposta pelo vereador Daniel Laranjeira, com o objetivo de pressionar o Governo do Estado para autorizar a obra.
O secretário de Mobilidade Urbana, Atílio, reforçou que somente o secretário estadual pode determinar o início da intervenção, e não equipes técnicas intermediárias.
Orientações enquanto a obra não começa
Enquanto o impasse persiste, a população é orientada pela prefeitura a evitar locais sinalizados por risco de alagamento. As áreas são monitoradas pela Defesa Civil municipal.
Hortolândia inaugura sala de gerenciamento de crise
Durante o encontro, a administração também apresentou o Centro de Operação de Emergência (COE), nova estrutura da Defesa Civil Municipal. A sala será o ponto central de decisões e respostas rápidas em situações de risco e desastres.
O COE passa a operar integrado ao novo radar meteorológico adquirido pelos municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC), em parceria com a Agemcamp e o Conselho de Desenvolvimento da RMC. Instalado na Unicamp, o equipamento utiliza tecnologia de transmissão via celular (Cell Broadcasting) para emitir alertas à população de áreas vulneráveis nos 20 municípios da região.
FAQ – Obras de escoamento da SP-101
1. Por que o trecho da SP-101 alaga com frequência?
O local possui apenas uma tubulação com capacidade inferior ao volume de água que chega de diversos bairros. Estudos municipais apontam necessidade de ampliação imediata.
2. De quem é a responsabilidade pela obra?
A intervenção depende do Governo do Estado, por envolver infraestrutura da rodovia e da ferrovia.
3. O que a prefeitura tem feito enquanto aguarda a obra?
A administração cobra oficialmente o DER desde 2004, mantém processo judicial desde 2019, reforça sinalizações preventivas e inaugurou o COE para melhorar a resposta em situações de emergência.
