Cori divulga nota contrária a Reforma do Estatuto do Corinthians

Corinthians

José Manoel Idalgo/ Agência Corinthians

O Conselho de Orientação do Corinthians (Cori) divulgou uma nota oficial na tarde desta terça-feira solicitando o cancelamento da reunião destinada à votação do anteprojeto da Reforma do Estatuto. O órgão argumenta que é necessário mais tempo para que as propostas sejam analisadas de forma adequada.

“O CORI inicialmente ressalta que é amplamente favorável à reforma estatutária, mas, em virtude de diversas ilegalidades identificadas, entende que a reunião designada para o próximo 24.11.2025, para apreciação do anteprojeto, deve ser cancelada, para que sejam procedidas análises cuidadosas dos procedimentos adotados e do conteúdo das alterações propostas em relação a legislação vigente, além do próprio estatuto em vigor”, diz o texto.

As críticas se somam ao posicionamento de Felipe Ezabella, membro trienal do Cori, que, em entrevista ao Meu Timão, classificou o anteprojeto como repleto de falhas. Segundo ele, o documento apresentado pela Comissão de Reforma do Conselho Deliberativo “era ‘imprestável’”, apesar de incorporar algumas sugestões de torcedores e grupos coletivos. Ezabella também citou a proposta de criação de um “prefeito” no Parque São Jorge como exemplo de medida inadequada e afirmou que o processo de elaboração do texto ocorreu de forma “sigilosa”, deixando o Cori alheio às decisões.

Sob liderança de Romeu Tuma Jr., o Conselho Deliberativo manteve a votação para o dia 24 deste mês. Caso o anteprojeto avance, os associados do Parque São Jorge deverão votar em 20 de dezembro as propostas aprovadas na primeira fase.

Corinthians como SAF?

A nota divulgada também aborda as discussões sobre a possível adoção do modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O Cori defende que o tema seja tratado em encontros específicos com os idealizadores e reforça que permanece aberto ao diálogo. O debate ganhou força recentemente com o movimento SAFiel, que propõe uma estrutura em que torcedores seriam “donos” do clube. Entretanto, o compliance do Corinthians apontou “red flags” no projeto, incluindo o envolvimento de um dos articuladores, Maurício Chamatti, em um processo por estelionato.

O anteprojeto que será votado prevê ainda a abertura de até 49% do capital social para uma “parceria” societária, mantendo o clube com controle majoritário. A proposta, porém, tem gerado divergências internas e promete aumentar a tensão política no Parque São Jorge, clube social do Corinthians.

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