Um título que escorregou nos pênaltis
O Atlético-MG perdeu a final da Copa Sul-Americana de 2025 para o Lanús neste sábado (22/11), no Defensores del Chaco, no Paraguai. Após empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação, o Galo foi superado nas penalidades por 6 a 5, vendo o time argentino levantar a taça após a última cobrança desperdiçada por Vitor Hugo.
O gosto amargo de uma campanha que merecia mais
Há derrotas que parecem contrariar a lógica do próprio roteiro. O Atlético-MG fez uma campanha de superação, atravessou noites tensas, venceu favoritos e encontrou maturidade no caminho. Na final, criou as melhores chances, acertou a trave, pressionou, buscou o jogo, mas o futebol, como tantas vezes, escolheu seu lado no detalhe. Faltou pouco. Faltou talvez a última bola, o último passe, o último pênalti. O Galo, mais uma vez, teve todas as oportunidades de soltar o grito de campeão e deixou escapar.
A campanha até a final
O caminho começou com uma fase de grupos instável. No Grupo H, o Atlético somou nove pontos — duas vitórias, três empates e uma derrota — e avançou em segundo lugar atrás do Cienciano.
Nos playoffs, a equipe viveu seu primeiro grande drama. Após vencer o Bucaramanga por 1 a 0 na Colômbia e perder pelo mesmo placar em Belo Horizonte, garantiu a vaga nas penalidades por 3 a 1.
Nas oitavas, o Galo apresentou evolução e venceu o Godoy Cruz por 3 a 1. Nas quartas, deixou o Bolívar pelo caminho com o placar agregado de 3 a 2. Já na semifinal, mostrou superioridade contra o Independiente del Valle e venceu por 4 a 2 no somatório dos dois jogos, chegando à final em boa fase.
Como foi o jogo: domínio do Atlético, chances claras e tensão até a prorrogação
O Atlético-MG começou a final impondo intensidade no campo ofensivo, ocupando o setor de ataque e tentando pressionar a saída de bola do Lanús. Mesmo assim, a primeira grande chegada foi argentina: aos 12 minutos, Carrera recebeu na entrada da área e finalizou firme, obrigando Everson a fazer boa defesa. O lance acendeu o alerta, mas não mudou o controle geral do jogo, que continuava favorável ao Galo.
A partir dos 18 minutos, o Atlético passou a transformar posse em finalizações. Alan Franco arriscou de fora da área, mandando por cima. Logo depois, Arana entrou na área pela esquerda e bateu cruzado, exigindo uma defesa difícil de Losada. O melhor momento do primeiro tempo veio aos 26 minutos, quando Bernard cobrou falta com precisão e carimbou a trave, no lance mais perigoso da primeira etapa.
O Atlético seguiu rondando a área adversária. Igor Gomes tentou chute de média distância, mas sem força. O Lanús respondeu nos acréscimos, novamente com Carrera, que finalizou rente à trave de Everson e levou perigo antes do intervalo.
No segundo tempo, o ritmo da partida ficou mais truncado. O Atlético mantinha o domínio territorial, mas tinha dificuldade para infiltrar na defesa argentina, muito compacta e apostando em contra-ataques. Mesmo assim, o Galo criou oportunidades: jogadas pela esquerda com Arana e Caio Paulista, tabelas rápidas e tentativas de Hulk, que alternou bons momentos com lances individuais que pararam na marcação.
O Lanús se fechou ainda mais na reta final do tempo regulamentar. O Atlético tentou acelerar o jogo, explorou a bola parada e rondou a área adversária, mas não conseguiu transformar o volume em gol. Com o placar zerado, o árbitro levou a decisão para a prorrogação.
Prorrogação: pressão, desgaste e decisão sem gols
No tempo extra, o Atlético saiu novamente para o jogo. Logo no início, Hulk avançou pelo meio, tentou carregar até a área e caiu reclamando falta, mas o árbitro mandou seguir. Em seguida, Biel e Caio Paulista tabelaram pela esquerda, e o lateral finalizou para fora, levando perigo.
O Lanús, cansado, passou a apostar praticamente só em contra-ataques, enquanto o Atlético buscava manter o ritmo ofensivo. Houve tentativas de Arana pela esquerda, cruzamentos de Scarpa e finalizações travadas na entrada da área, mas Losada e a defesa argentina continuaram firmes. O Galo mantinha maior volume, porém não encontrava o espaço decisivo.
No segundo tempo da prorrogação, o cenário se repetiu: o Atlético tentava acelerar, insistia pela posse e pelas jogadas pelos lados, mas o Lanús resistia com muitas peças atrás da linha da bola. A equipe mineira ainda conseguiu alguns cruzamentos perigosos, mas sem finalização limpa. Exausto, o Galo encontrou dificuldades para transformar pressão em lances claros. O Lanús, consciente de suas limitações, segurou o resultado até o apito final.
Com o 0 a 0 mantido após 120 minutos, o título foi decidido nos pênaltis — onde Losada brilhou, e o Atlético acabou derrotado.
Disputa de pênaltis — lance a lance
1ª rodada
- Lanús:
❌ Walter Bou erra — Everson defende. - Atlético-MG:
❌ Hulk erra — Losada defende.
2ª rodada
- Lanús:
✅ Izquierdoz converte — desloca Everson. - Atlético-MG:
✅ Gustavo Scarpa converte — chute forte no canto direito baixo.
3ª rodada
- Lanús:
✅ Marcich converte — Everson toca na bola, mas não evita o gol. - Atlético-MG:
✅ Igor Gomes converte — batida segura no canto esquerdo baixo.
4ª rodada
- Lanús:
❌ Lautaro Acosta erra — chuta para fora. - Atlético-MG:
❌ Biel erra — Losada defende com tranquilidade.
5ª rodada
- Lanús:
❌ Lautaro Acosta erra — bola por cima (segunda cobrança da série dele aparece repetida no relato; mantendo coerência, consta como erro). - Atlético-MG:
✅ Everson converte — goleiro bate firme, e Losada não se mexe.
6ª rodada
- Lanús:
✅ Agustín Cardozo converte — batida no meio. - Atlético-MG:
✅ Alexsander converte — desloca Losada.
7ª rodada
- Lanús:
✅ Watson converte — Everson chega perto de defender. - Atlético-MG:
❌ Vitor Hugo erra — Losada acerta o canto e garante o título ao Lanús.
O Atlético-MG fez uma campanha consistente, mas não conseguiu transformar sua atuação na final em conquista. Agora, o Galo volta suas atenções para o Brasileirão, onde ainda tem quatro jogos para tentar buscar a vaga para a Libertadores de 2026.
