Menos filhos: o tradicional chá de bebê está se tornando cada vez mais raro nas famílias brasileiras. Em 2022, o Brasil registrou sua menor taxa de fecundidade já observada: 1,6 filho por mulher, abaixo do índice de reposição populacional de 2,1 filhos, necessário para manter o tamanho da população estável a longo prazo.
Uma tendência de décadas
A queda na taxa de natalidade no Brasil é um processo gradual e contínuo. Em 1960, a média era de 6,3 filhos por mulher. Em 2000, já havia caído para 2,4, e agora o país se aproxima de nações como:
- Argentina: 1,5
- Chile: 1,3
- Itália: 1,2
Ficando inclusive abaixo de países como os Estados Unidos (1,7) e França (1,8).
Maternidade adiada e novas escolhas
Além de ter menos filhos, as mulheres brasileiras estão adiando a maternidade. A idade média para ter o primeiro filho subiu para 28,1 anos, contra 26,3 anos em 2000.
Outro dado significativo: 16% das mulheres entre 50 e 59 anos nunca tiveram filhos — o maior percentual já registrado no país.
Essas mudanças refletem fatores como:
- Maior foco nos estudos e na carreira
- Custo de vida elevado
- Menor desejo de ser mãe
- Mais autonomia e liberdade de escolha sobre a vida reprodutiva
O impacto dessa mudança no futuro do país
A queda da fecundidade no Brasil faz parte de uma tendência global de envelhecimento populacional. Com menos nascimentos e maior longevidade, o país caminha para uma sociedade com menos jovens e mais idosos, o que representa grandes desafios para:
- A previdência social
- O mercado de trabalho
- O crescimento econômico de longo prazo
O Brasil está em meio a uma transformação demográfica profunda. Ter filhos está se tornando uma escolha mais consciente, adiada — e, para uma parcela crescente das mulheres, simplesmente descartada. O país precisará repensar políticas públicas, sistemas de proteção social e estratégias econômicas para lidar com as novas dinâmicas da população.
