Na última semana, o governo anunciou a isenção de impostos de importação para nove produtos essenciais, incluindo carne e café. A medida tem como principal objetivo reduzir os preços dos alimentos no Brasil, mas o impacto real para o consumidor ainda gera dúvidas.
O Impacto da Isenção para Cada Produto
O efeito da isenção no bolso dos consumidores dependerá do volume de importação de cada produto em relação à produção nacional. Veja como alguns itens podem ser afetados:
- Carnes bovinas: O impacto será pequeno, já que o Brasil exporta muito mais carne do que importa. Em 2023, o país importou 40 milhões de kg, enquanto exportou 2,9 milhões de toneladas.
- Café: A medida não deve influenciar significativamente os preços, pois o Brasil é o maior produtor de café do mundo e praticamente toda a demanda interna é atendida pela produção nacional.
- Pão: O trigo, principal insumo para a produção de pão, é amplamente importado da Argentina. Com a isenção de impostos, esse item pode ficar mais barato para os consumidores brasileiros.
De maneira geral, produtos importados que costumam ter um preço elevado — e muitas vezes são vistos como itens premium — podem sofrer uma redução de valor. Isso inclui cortes de carne da Argentina, café asiático e pães franceses.
ICMS e a Cesta Básica
Além da isenção de impostos de importação, a tributação estadual também entrou em debate. Para conter a inflação dos alimentos, deputados do PT enviaram um ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, solicitando a isenção do ICMS sobre produtos da cesta básica.
Em resposta, Tarcísio afirmou em um vídeo que itens como arroz, feijão, farinha de trigo e frutas já são isentos do ICMS no estado. Ele reforçou que a redução da carga tributária precisa ir além dos impostos de importação, destacando a importância de políticas fiscais internas para controlar os preços.
A isenção de impostos de importação pode ajudar na redução de preços, especialmente para produtos que dependem da importação, como o trigo. No entanto, para itens com forte produção nacional, o impacto será mais limitado. Além disso, o debate sobre o ICMS e a tributação da cesta básica reforça a necessidade de medidas complementares para combater a inflação dos alimentos.