O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu início nesta quarta-feira ao interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo que investiga supostas tentativas de golpe após as eleições de 2022.
Bolsonaro é um dos oito réus acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de articular medidas para anular os resultados eleitorais e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Principais acusações:
- O ex-presidente teria conhecimento de um documento golpista que previa:
- Decretação de estado de sítio
- Prisão de ministros do STF e outras autoridades
- As alegações foram reforçadas pelo depoimento de delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid
Novos detalhes revelados:
Durante seu interrogatório na terça-feira (9), Cid afirmou que:
- Bolsonaro esteve presente quando o plano foi apresentado
- O ex-presidente sugeriu modificações no documento, propondo que constasse apenas a prisão de Alexandre de Moraes
Cronograma dos interrogatórios (9 a 13 de junho):
Já depuseram:
- Mauro Cid (ex-ajudante de ordens)
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin)
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-GSI)
Faltam depor:
- Jair Bolsonaro
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa)
- Walter Braga Netto (ex-ministro)
Próximos passos:
O interrogatório marca uma das últimas etapas do processo. O julgamento final, que decidirá pela condenação ou absolvição dos réus, está previsto para o segundo semestre de 2024. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
O caso representa um dos capítulos mais graves da recente história política brasileira, com acusações de tentativa de ruptura da ordem democrática por parte de autoridades do mais alto escalão do governo anterior.
Fonte: Agência Brasil